• Neide Pelaez de Campos (Neide P. Campos)

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Gravadora, fotógrafa, arte-educadora e pesquisadora. Inicia estudos de arte em Curitiba/PR, ao ingressar na Embap em 1970. Nesse ano vence um concurso de cartazes instituído pelo Ministério da Aeronáutica. Transfere-se para o Instituto de Artes da UFRGS em Porto Alegre/RS, onde se licencia em Educação Artística, com habilitação em Artes Visuais. Em 1979 fixa-se em Florianópolis/SC. Como opção profissional faz especialização em Arte-Educação no Centro de Artes da Udesc. Desde 1984 atua como professora de Artes Visuais no Colégio de Aplicação da UFSC, onde, também, responde pela coordenadoria do Pólo Arte. Em 2000, conquista o título de mestre em Engenharia de Produção, na área de concentração de Mídia e Conhecimento, com a dissertação  intitulada Intencionalidade na Construção do Olhar Estético-Crítico do Professor do Ensino Fundamental, que se fundamenta em sua própria experiência profissional. Nessa obra ela defende a tese que a construção do olhar estético-crítico do professor do Ensino Fundamental é um dos pilares essenciais à construção do indivíduo na contemporaneidade: O olhar sensível e cognitivo para o “mundo” possibilita a formação do professor estético e ético que, voltado para os contextos sociais, pode levar à formação da consciência estético-crítica. Nessa perspectiva, o sujeito pode contribuir para romper os obstáculos das desigualdades sociais. Os contextos vivenciais são espaços de significações, “cenários” adequados para a construção do olhar. O indivíduo, a paisagem natural e cultural, o mundo em que habitamos, são imagens construídas pelos elementos da linguagem visual: linha, forma, textura, cor, luz, volume, que, articulados, dão forma aos conteúdos. Interpretá-los possibilita apreensão e compreensão do nosso tempo. Seu laboratório de pesquisa para embasar esse trabalho é uma proposta pedagógica – devidamente sistematizada – aplicada mediante metodologia da ação, nas séries iniciais do Ensino Fundamental da rede pública, na cidade de Ijuí/RS, tendo como sujeitos os próprios professores. 

Pesquisadora infatigável, vários de seus estudos vêm sendo publicados, a exemplo de Homenagem à Frans Krajcberg, no caderno O Ensino da Arte, em Florianópolis, em 1994; em co-autoria, Ecologia na relação Arte – Natureza – educando através da estética, revista da Univille, Joinville, 1999; Capítulo A Experiência Estética na Formação do Professor, in: Belloni (org.); A Formação na Sociedade do Espetáculo, São Paulo, Ed. Loyola, 2002; A Construção do Olhar Estético Crítico do Educador,  Florianópolis, Ed. da Udesc, 2002; Artes Visuais na Escola, para aprender e ensinar com imagens, Florianópolis UFSC, com o apoio do Instituto de Arte na Escola, 2003. 

Produz, em 1995, o vídeo Encontro, Um Processo de Alfabetização Estético-Visual, veiculado pelas videotecas dos pólos da rede Arte na Escola. Participa da direção e roteiro do vídeo O Museu e a Escola, projeto do setor de Arte Educação do Masc, Florianópolis, em 2001. Na época em que reside em Curitiba e Porto Alegre participa ativamente do circuito de exposições, como gravadora. Dá preferência à Xilogravura, não só por ser um material natural, mas também por ser uma técnica imediata, expressando em linhas agressivas e nítidas, no contraste das cores, geralmente o preto e o branco, com destaque eventual de outra coloração a idéia que pretendo representar, explica a artista. Em fase inicial, sua temática principal é a figura feminina, rodeada de ícones e símbolos que acentuam sua missão de consciência social, em um mundo cada vez mais ameaçado pelo caos, como conseqüência direta das agressões à natureza. Segundo Walmir Ayala, a gravadora traz figuras arrancadas de um corte mais linear da madeira, com planos chapados nos quais contracenam os brancos e os negros, tão ao gosto dos xilogravadores contemporâneos. 

Em 1995, suas xilogravuras são selecionadas para a Mostra Brasil, da XI Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, observando-se substancial mudança em suas propostas, tendentes à síntese e à exploração das texturas do próprio material. Na opinião da crítica de arte argentina Alina Tortosa: Neide Pelaez de Campos reitera a mesma forma sobre papel de seda, a textura da forma é cada vez distinta, discretamente distinta, são “sutilezas do cotidiano”. Atualmente dedica-se à pesquisa da fotografia tanto como recurso na formação estética do educando, como indivíduo e cidadão, quanto como linguagem de arte. Eventualmente, vem participando de mostras fotográficas.  

Fonte: http://www.artesnaweb.com.br/index.php?pagina=home&abrir=arte&acervo=657 

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A sua técnica é a Xilogravura.